
Um mês após a imposição de uma sobretaxa de 50% pelo presidente dos EUA, Donald Trump, as exportações brasileiras de alimentos industrializados enfrentaram uma queda significativa. Em agosto, as vendas para os EUA recuaram 27,7%, totalizando US$ 332,7 milhões. Essa situação reflete a antecipação de embarques em julho, quando as empresas brasileiras tentaram evitar os impactos da nova tarifa.
Redirecionamento das exportações
Com a retração nas vendas para o mercado norte-americano, China e México emergiram como novos destinos para os produtos brasileiros. Juntos, esses países redirecionaram 26% das exportações, com a China importando US$ 1,3 bilhão, um aumento de 10,9% em relação a julho. O México, por sua vez, respondeu por US$ 221,15 milhões, concentrando-se principalmente em proteínas animais.
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) estima que as vendas de produtos afetados pela sobretaxa podem cair até 80% entre agosto e dezembro, resultando em uma perda potencial de US$ 1,3 bilhão. O presidente da Abia, João Dornellas, destacou que a queda nas exportações para os EUA reforça a necessidade de diversificação de mercados.
Segmentos mais impactados
Os segmentos mais atingidos pela sobretaxa incluem açúcares e carnes. As exportações de açúcares caíram 69,5% em agosto, enquanto as carnes registraram uma queda de 45,8%. Esses números refletem a perda de competitividade devido ao novo custo de acesso ao mercado norte-americano. Preparações alimentícias também sofreram, com um recuo de 37,5% em relação a julho.
Embora o suco de laranja tenha escapado da sobretaxa, suas exportações caíram 11% em agosto, após um pico em julho. A Abia observa que a participação da China nas exportações de alimentos industrializados atingiu 22,4%, destacando seu papel como um mercado âncora para o Brasil.
Fonte: portaltela.com
Postado em 18-09-2025 à19 13:13:19