
Depois de sete anos de negociações marcadas para critérios ambientais e reviravoltas, o Mercosul finalizou um acordo de livre comércio com o bloco Efta, composto por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. O anúncio ocorreu durante a cúpula do Mercosul, realizada em Buenos Aires, na quarta-feira, 02 de julho.
O tratado prevê benefícios para cerca de 300 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) conjunto superior a US$ 4,3 trilhões. Mais de 97% das exportações entre Mercosul e Efta terão acesso facilitado aos respectivos mercados, segundo comunicado divulgado pelos blocos. “Ambas as partes se beneficiam de melhorias no acesso ao mercado para mais de 97% de suas exportações, o que aumenta o comércio bilateral e beneficia empresas e cidadãos”, afirmaram os blocos, em nota conjunta.
Exigências ambientais e reviravoltas nas negociações
As tratativas surgiram em 2017 e chegaram a ser anunciadas em 2019, mas recuaram em razão de críticas ambientais, especialmente durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Efta, assim como a União Europeia, passou a exigir compromissos ambientais mais específicos antes de assumir as conversas.
A formalização do acordo depende agora da aprovação dos Parlamentos de todos os países envolvidos. Entre os produtos que podem ganhar tratamento preferencial estão café torrado, carnes bovina, suína e de frango, fumo, sucos e medicamentos, com previsão de redução tarifária gradual.
No cenário europeu, países como França e Áustria manifestam oposição ao acordo com o Mercosul, alegando preocupações ambientais e concorrência agrícola. Já os integrantes da Efta se mostram alinhados e detalhados à parceria comercial com o bloco sul-americano.
O acordo é visto como conquista estratégica para o Mercosul, especialmente diante do impasse nas negociações com a União Europeia, cujo tratado foi anunciado em dezembro de 2024, em Montevidéu, mas ainda aguarda aprovação do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu. A assinatura definitiva pode ocorrer durante a presidência brasileira do Mercosul, prevista para dezembro de 2025.
Fonte: revistaoeste.com / Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Postado em 04-07-2025 à19 15:40:19