
O frete marítimo é um componente crucial da logística mundial, sendo o principal meio de transporte para a maioria das mercadorias comercializadas internacionalmente. Atualmente, cerca de 90% do comércio global é realizado por via marítima. Esse modal é preferido por sua capacidade de movimentar grandes volumes a longas distâncias, oferecendo uma boa relação custo-benefício.
No modelo FOB (Free on Board), o vendedor entrega a mercadoria no ponto de embarque (porto) e, a partir desse momento, o comprador assume todos os custos e riscos do transporte até o destino final (incluindo do Frete Marítimo). No entanto, o custo do frete marítimo tem registrado aumentos expressivos, com variações significativas em virtude de uma série de intercorrências geopolíticas, climáticas e sanitárias, que culminam em congestionamentos, atrasos, escassez de contêineres e grande volatilidade demanda global.
Desde abril, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs o aumento de tarifas de importação — desencadeando uma guerra comercial, especialmente contra a China —, o frete marítimo inicialmente despencou e, após a trégua de 90 dias, disparou, afetando cadeias logísticas em todo o mundo. Na rota Ásia–Brasil, os preços saltaram de US$ 950 por contêiner importado em abril para mais de US$ 5 mil neste em junho, quase seis vezes mais.
“A logística tem papel cada vez mais decisivo na viabilidade econômica e na competitividade não apenas de empresas, mas de setores e países. Com tamanha volatilidade, os fretes marítimos têm se tornado elementos centrais nas decisões logísticas e no gerenciamento de risco do comércio exterior”, diz Leandro Carelli Barreto, consultor e sócio da Solve Shipping Intelligence Specialists. Ele é um dos participantes da edição deste ano da Logistique Summit, evento que acontecerá de 12 a 14 de agosto, no Expocentro BC, em Balneário Camboriú (SC), onde abordará o tema “Fretes mais altos e serviços piores: por quê e até quando?”.
Outro ponto destacado pelo especialista é o alto custo logístico no Brasil, que impacta toda a cadeia de comércio exterior. “Um estudo do Instituto ILOS, referência em Logística e Supply Chain no Brasil e na América Latina, mostra que o custo logístico brasileiro gira em torno de 13% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto nos Estados Unidos esse índice é de cerca de 8%. Isso interfere diretamente na competitividade. A melhor receita para reduzir custos logísticos é: planejamento e investimento”, reforça Leandro.
Para mais informações sobre o evento, acesse www.logistique.com.br.
Fonte: comexdobrasil.com
Postado em 04-07-2025 à19 15:34:19