ABRAPES analisa impactos das medidas anunciadas por Trump sobre produtos brasileiros

Sobre as medidas anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, na última quarta-feira, 02 de abril, de taxar em 10% os produtos brasileiros, o presidente da Associação Brasileira de Fomento ao Pescado (ABRAPES), Júlio César Antônio, acredita que elas terão um impacto significativo no mercado global de pescado. Antônio destacou ainda alguns pontos importantes.

“O Brasil, por exemplo, agora enfrenta uma tarifa de 10% nas exportações para os Estados Unidos, o que já é um fator a ser considerado. Porém, o cenário fica mais evidente quando olhamos para outros players. O Chile, que antes era isento de impostos para o salmão exportado aos EUA, agora também está sujeito a uma tarifa de 10%. Em comparação, a Noruega foi taxada em 15%, o que, em tese, dá ao Chile uma vantagem competitiva sobre os noruegueses nesse mercado”, pontuou.

Para Antônio, há uma preocupação crescente, visto que, a medida eleva a incerteza sobre os rumos da economia global. “Não sabemos ao certo como o consumidor americano vai reagir a um possível aumento de preços do salmão chileno por conta dessa tarifa. Caso a absorção nos EUA diminua, o Chile pode redirecionar seu foco para o Brasil, inundando nosso mercado com oferta. Isso já está começando a acontecer, e o resultado é uma pressão nos preços, que estão em queda. O desafio agora é entender como equilibrar essa dinâmica para proteger o mercado interno e os produtores locais”, acrescentou.

Repercussão

Em nota, após o anúncio de Trump, o governo brasileiro lamentou a medida e lembrou que os EUA acumulam saldos positivos nas trocas comerciais com o Brasil — US$ 43 bilhões na soma dos últimos dez anos, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

O rombo, porém, tem recuado. No último ano, o saldo ficou positivo para os americanos em cerca de US$ 300 milhões apenas, com o país de Trump comprando US$ 40,4 bilhões em produtos do Brasil (12% das exportações brasileiras) e vendendo US$ 40,7 bilhões para cá (15,5% das importações do Brasil).

O governo enfatizou na nota a intenção de negociar com a Casa Branca, mas cita como possíveis medidas recorrer à Organização Mundial do Comércio e aplicar a nova lei aprovada no Congresso que autoriza o Brasil a retaliar países ou blocos que imponham barreiras comerciais a produtos do Brasil, a chamada Lei da Reciprocidade.

Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lembrou que os EUA são o principal destino das exportações da indústria brasileira, especialmente de produtos de maior intensidade tecnológica, além de liderarem o comércio de serviços e os investimentos bilaterais.

A CNI confirmou ainda que levará um grupo de empresários brasileiros aos Estados Unidos na primeira quinzena de maio. Segundo a entidade, a comitiva deverá se reunir com representantes da indústria e do governo norte-americano para discutir agendas de facilitação de comércio e “abertura de mercados de forma equilibrada”.

Fonte: opresenterural.com.br/bbc.com/Consultoria de Comunicação da ABRAPES/ Foto: Cláudio Neves



Postado em 04-04-2025 à00 15:30:00

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