Diversificação dos embarques ainda é desafio para o agro, mostra estudo

Diversificar mercados e agregar valor nas exportações é um dos principais desafios do agronegócio do Brasil. O país já é relevante em alguns segmentos, mas ainda há outros em que tem pouca ou quase nenhuma importância no comércio global, mostra estudo feito por especialistas do Insper Agro Global.

No estudo “Futuro do Comércio Global do Agronegócio e a Inserção do Brasil”, os autores destacam que o país responde por 8,4% das exportações do agronegócio mundial, mas eles lembram que esse comércio está concentrado basicamente em soja, milho, carnes, celulose, algodão, café, fumo e suco de laranja.

“Há uma grande fatia do mercado global do agronegócio, que somou mais de US$ 700 bilhões em comércio em 2022, na qual o Brasil tem pouca ou nenhuma relevância”, ressaltam os pesquisadores, mencionando segmentos como frutas, lácteos, pescados e alimentos processados.

O trabalho é assinado em conjunto por Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global, pelos pesquisadores Leandro Gilio e Cinthia Cabral da Costa e pelos assistentes de pesquisa Marcos Abdalla Campo e Victor Martins Cardoso.

Em 2022, as exportações do agronegócio brasileiro renderam US$ 159 bilhões, um montante 32% maior que o do ano anterior (US$ 120 bilhões) e 60% superior ao de 2020 (US$ 100,8 bilhões). O crescimento da receita deveu-se tanto ao aumento do volume dos embarques quanto à elevação dos preços.

O estudo do Insper pontua que o crescimento da população mundial tenderá a manter em alta a demanda por alimentos, especialmente em países da Ásia e da África. Os pesquisadores dizem que a América Latina, com destaque para o Brasil, é a região com potencial de obter os maiores saldos comerciais agrícolas do mundo devido à sua capacidade de produzir excedentes exportáveis.

Entre 2020 e 2022, a balança comercial agrícola da região chegou a US$ 86,2 bilhões, o maior saldo positivo do mundo. “Nesse cenário, o Brasil tem condições de se consolidar como supridor regular e confiável de commodities”, afirmam os especialistas.

Atualmente, a China é o destino de 33% das exportações do agronegócio brasileiro e a União Europeia, de 17%. O quadro é bem diferente daquele do início dos anos 2000, quando os europeus recebiam 41% das exportações do agro do Brasil e os chineses (incluindo Hong Kong), 5%.

“A tendência é que esse cenário perdure nos próximos anos. Mesmo com a possibilidade de crescimento das compras de países africanos e do Oriente Médio, China e Ásia continuarão com grande representatividade”, avalia o Insper.

Os especialistas destacam que atingir a segurança alimentar é o principal objetivo de muitos países, em particular dos mais populosos, que buscarão elevar a produção interna, desenvolver caminhos alternativos de suprimento e mesmo fomentar a produção em parceiros estratégicos com potencial produtivo.

Os autores lembram, por outro lado, que nem todas as regiões do mundo terão condições de chegar à autossuficiência. “Países buscarão estabelecer acordos e abrir mercados a fornecedores regulares e confiáveis de alimentos, o que pode colocar o Brasil em uma posição de elevado protagonismo no contexto comercial agrícola”, ressalta o estudo.

Fonte: globorural.globo.com /Foto: Paulo Whitaker



Postado em 21-09-2023 à29 22:46:29

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