Legislação prejudica piscicultura em Minas

A piscicultura vem crescendo no Brasil e em Minas Gerais. De acordo com a Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), nos últimos oito anos, a atividade já avançou 45,7% no País, o que equivale a uma média de 5,6% ao ano no período. De todos os peixes cultivados, a tilápia é o que mais cresce e já representa 63,5% de tudo que se produz no Brasil. Em 2021, a produção da espécie ficou 9,8% maior no País e avançou 11,6% em Minas Gerais. Para este ano, a tendência também é de aumento.

A manutenção do crescimento é sustentada pela expectativa de melhora do consumo, uma vez que o consumo per capita de peixes ainda é pequeno e existe grande espaço para evoluir. A alta na produção também pode ocorrer pela busca por uma alimentação mais saudável e pelas exportações.

Segundo a PeixeBR, Minas Gerais é um importante estado produtor, mas a falta de regularização ambiental ainda trava o desenvolvimento da piscicultura mineira, apesar da riqueza hídrica.

O presidente da associação, Francisco Medeiros, explica que, apesar dos desafios, como o aumento dos custos de produção e a queda do poder de compras dos consumidores em 2021 e também no primeiro semestre de 2022, a produção de peixes de cultivo no Brasil e no Estado tem crescido de forma bastante significativa.

Os dados da PeixeBR mostram que, em 2021, o Brasil produziu 841 mil toneladas de peixes de cultivo, entre tilápia, peixes nativos e outras espécies, um crescimento de 4,7% sobre a produção de 2020, que foi de 802,93 mil toneladas.

No mesmo período, em Minas Gerais, o volume produzido chegou a 49,1 mil toneladas, superando em 10,8% o volume de 2020, que era de 44,3 mil toneladas. Com o resultado, o Estado passou do sétimo maior produtor para o atual quinto colocado.

O destaque é a produção de tilápias. Minas Gerais produziu 47 mil toneladas em 2021, alta de 11,6% frente às 42,1 mil toneladas registradas em 2020. De peixes nativos, a produção ficou em 1,5 mil toneladas, e de outros – carpas, trutas e panga, principalmente -, a produção foi de 600 toneladas em 2021.

Boas práticas

O presidente da PeixeBR destacou ainda que a atividade é extremamente profissional, trabalha com boas práticas e utiliza modernas tecnologias em genética, sanidade, nutrição e equipamentos. A tendência é que a piscicultura continue crescendo nos próximos anos.

Entre os desafios que a piscicultura enfrenta estão o aumento dos custos de produção e a queda do poder de compra das famílias.

Ainda segundo Medeiros, o aumento dos custos da ração do peixe tem sido um dos maiores desafios, assim como visto no setor de suíno e aves. Esta alta, aliada à redução do poder de compra, tem prejudicado as margens dos produtores.

Insegurança jurídica

Especificamente em Minas Gerais, o setor também enfrenta outro empecilho: a insegurança jurídica pela falta de uma legislação ambiental clara, o que impede investimentos. Segundo a PeixeBR, considerando o extremo potencial aquícola de Minas Gerais, essa trava reduz as potencialidades da piscicultura. É preciso uma legislação que proporcione segurança jurídica para os investidores, seja na produção ou no processamento.

“A piscicultura em Minas Gerais tem avançado, mas em ritmo menor que o potencial. O Estado tem perdido investimentos para outros, que oferecem mais segurança jurídica. Não ter uma legislação para a piscicultura inibe investimentos. Os grandes estão indo para outros estados, que têm melhor ambiente para investir. O setor do Estado precisa cobrar do governo, dos deputados, uma legislação que traga segurança para o exercício da atividade e torne o ambiente mais atrativo”, completou.

Fonte: diariodocomercio.com.br


Postado em 29-09-2022 à02 10:16:02

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