Pesquisadores reproduzem peixe em ‘Barriga de aluguel’ para salvar espécie de extinção

Pesquisadores brasileiros estão usando a tradicional técnica de reprodução humana conhecida como barriga de aluguel para evitar que espécies de peixes nativas dos rios da região de Rio Preto sejam extintas. O estudo inédito liderado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Continentais (CEPTA), em parceria com a CTG Brasil é apontado como a grande aposta para salvar a piracanjuba – peixe brasileiro presente nos rios da região de Rio Preto – da extinção.

Ameaçada, principalmente, por conta da destruição do seu ambiente natural, através da poluição de rios, assoreamentos e pela introdução de peixes de outras bacias hidrográficas nos rios da região de Rio Preto, a piracanjuba sofre com um terceiro problema: baixa proporção de fêmeas durante sua reprodução. Isso porque, a maioria absoluta dos peixes da espécie nascem machos (cerca de 90%).

Com investimento de R$ 7 milhões, o projeto prevê soltar os primeiros peixes produzidos por meio da técnica nos próximos meses no rio Paraná. “Durante todo o projeto, buscamos as melhores tecnologias. E uma delas é a propagação mediada. Essa tecnologia permite que um peixe produza espermatozoides e oócitos – gameta feminino vulgarmente conhecido por ovo ou óvulo – de outro peixe”, explicou George Shigueki Yasui, pesquisador da Unesp e do CEPTA, órgão ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A escolha do lambari como reprodutor de espécies em extinção não é em vão. Peixe comum nas bacias hidrográficas do Brasil, a espécie é facilmente domesticável para reprodução em aquários. Além disso, os lambaris se reproduzem mais de uma vez ao ano; as fêmeas, normalmente, não morrem de estresse ou hemorragia, como outros peixes; e a proporção sexual a cada reprodução é de 50% de fêmeas e 50% de machos.

Congelamento

Além da reprodução de peixes em risco de extinção por meio de “barriga de aluguel”, os pesquisadores estão trabalhando com bancos de germoplasma da piracanjuba. “Estamos conseguindo congelar células embrionárias. Isso porque, caso espécies de peixes sejam extintas, podemos descongelar a amostra, transplantar para outro peixe e salvar a espécie”, afirmou George.

Risco de extinção

Além da piracanjuba, pelo menos outras cinco espécies de peixes estão ameaçadas de extinção nos rios da região de Rio Preto. É o que aponta um levantamento feito pelo Diário junto a pesquisadores que estudam a fauna aquática do noroeste do Estado de São Paulo.

Vítimas da pesca predatória, poluição, usinas hidrelétricas e até da destruição de matas ciliares, espécies como dourado, tabarana, pintado, jaú e lambari do rabo amarelo desapareceram dos rios regionais nos últimos anos.

Fonte: aquaculturebrasil.com


Postado em 12-01-2023 à50 21:27:50

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